Você sabe o que é o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo?
Estima-se que entre 1% e 5% da população apresenta algum tipo de transtorno alimentar. E as mulheres, sobretudo as jovens, são as mais acometidas por esse tipo de problema, que inclui a anorexia e a bulimia, mais conhecidas, e outras doenças menos debatidas, como o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE).
Neste texto, a psicóloga da Haux, Mérope S. P. Vedana, Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, conta mais sobre as características e formas de tratamento do Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo.
O que é o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo?
O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) é um distúrbio caracterizado por persistentes perturbações alimentares que levam a uma contribuição nutricional e energética insuficientes.
Na 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5), houve a inclusão e caracterização do TARE. Isso porque o comportamento alimentar restritivo pode estar associado a uma resposta emocional negativa do indivíduo em relação a algum aspecto da sua vida.
O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo e a Saúde Mental
A associação negativa entre as emoções e a comida, característica do Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo, é apontada por alguns profissionais da área de saúde mental como decorrência de problemas familiares.
Pode ocorrer, por exemplo, em função de pais muito rígidos, que forçam a ingestão de alimentos indesejados. Ou, então, de famílias que brigam muito na hora das refeições, criando um abalo emocional na criança que está à mesa para se alimentar.
Para corroborar com essa perspectiva, a maior incidência do TARE é em crianças. Este transtorno alimentar não tem relação com a escassez de alimentos, incidente em algumas culturas.
Algumas características do Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo
Alguns estudiosos defendem que o transtorno também pode ter relação com o impacto sensorial que a comida causa em cada pessoa. Ou seja, o aspecto do alimento desperta emoções negativas, desencadeando enjoo e náuseas, o que impede a pessoa de ingerir tal alimento.
A restrição alimentar em alguns indivíduos pode se basear em características como a qualidade do alimento, sensibilidade extrema à aparência, cor, cheiro, textura, temperatura ou paladar. Esse comportamento é descrito como ingestão restritiva, ingestão seletiva, recusa crônica de alimento e neofobia alimentar.
É importante ressaltar, no entanto, que esse tipo de problema não se relaciona com doenças como a anorexia ou a bulimia. O que acontece, no Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo, é a privação e repulsa pelos alimentos. Porém, é natural que a pessoa tenha alimentos preferidos e alimentos não tolerados.
Portanto, quem é portador do Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo não tem o apetite normal como o das outras pessoas. Estes indivíduos conseguem, inclusive, além de evitar algumas comidas, se alimentar de quantidades tão ínfimas a ponto de comprometer a própria saúde.
O TARE traz prejuízos físicos e emocionais, pois pode envolver perda de peso ou insucesso em obter ganho de peso esperado, deficiências nutricionais, acarretando em uma dependência de suplementos orais, interferência no funcionamento psicossocial, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos do neurodesenvolvimento.
Como tratar o TARE?
O transtorno tem cura e deve ser efetivamente tratado, pois pode trazer prejuízos para a saúde do indivíduo. As consequências são: deficiência nutricional, perda de peso e crescimento abaixo da média em crianças.
Além disso, pode haver interferência no desenvolvimento psicossocial, desencadeamento de transtornos de ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo. E, ainda, transtornos do neurodesenvolvimento, como por exemplo, o transtorno do espectro autista e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O tratamento para este tipo de problema deve ser, sobretudo, multidisciplinar. O psiquiatra, em associação com o nutricionista e com o psicólogo, pode ajudar o indivíduo a lidar com todas as dificuldades relacionadas ao problema.
Em alguns casos, o transtorno restritivo evitativo pode ser um alerta para o aparecimento de outros distúrbios alimentares. Por isso, é importante que, no caso de crianças, os pais fiquem atentos a comportamentos anormais em relação à comida.
A terapia cognitivo-comportamental é indicada para ajudar a pessoa com o transtorno alimentar restritivo evitativo, a comer normalmente. Com ferramentas e suportes adequados, o tratamento comportamental torna-se muito eficaz.
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Fonte:
APA – AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Transtornos Alimentares. In: APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.